O que é um Dilema?
É uma situação em que se enfrenta uma escolha difícil entre duas ou mais alternativas que se excluem mutuamente, sem uma solução óbvia ou ideal.
O que é um Dilema Ético?
É uma decisão que, além da alternativa escolhida, revela os valores e princípios éticos de quem age. A decisão pode ser considerada ética se for justificada por valores e princípios consistentes.
O que é Reflexão Ética?
É o esforço de compreender os fundamentos que sustentam nossas avaliações sobre as ações (boas ou más, certas ou erradas) e que orientam nossas regras de conduta. Ela ajuda a reconhecer a consistência de nossos valores e aprecia criticamente os princípios que guiam nossas decisões.
Ética Utilitarista
Um modelo ético fundado no princípio da maior felicidade, que visa proporcionar o bem para o maior número de pessoas. As ações são valorizadas pelas consequências que produzem. Para tomar uma decisão, deve-se visar o maior benefício coletivo.
Ética Deontológica
Um modelo ético constituído pela razão prática e que prioriza o dever. As ações são fundamentadas em princípios morais universais, e alguns atos são considerados errados em si, independentemente das consequências. O termo vem do grego déon, que significa "dever" ou "obrigação".
Ética das Virtudes
Um modelo ético, associado a Aristóteles, em que a virtude se revela na sabedoria prática de saber o que é certo em cada caso. As virtudes pessoais devem ser exercitadas para evitar os excessos, buscando um estado intermediário entre dois extremos.
Determinismo
Doutrina filosófica segundo a qual todos os eventos são rigorosamente determinados por suas causas anteriores. No campo moral, tende a reduzir as ações humanas a produtos de processos causais, com exclusão do livre-arbítrio.
Posição de René Descartes sobre o Universo
Ele explica o universo como uma máquina governada por leis naturais previsíveis. Se conhecermos como a "máquina humana" funciona, poderemos prever e explicar todas as ações humanas.
"Deus não joga dados com o universo"
Frase de Albert Einstein que expressa uma posição teórica determinista. Ela rejeita a ideia de aleatoriedade no universo, defendendo que existem leis de causa e consequência que devem ser consideradas.
Termo "Necessário"
Refere-se àquilo que é verdadeiro sob todas as circunstâncias. Seu contrário é o "contingente".
Liberdade segundo Baruch de Espinosa
Para ele, a liberdade não é a ausência de determinação, mas a consciência do que nos determina. Consiste em compreender as leis da natureza e do universo e agir conforme a razão.
Liberdade segundo G. W. Leibniz
Para ele, a liberdade está relacionada à contingência. O ser humano tem uma liberdade condicionada e limitada, mas pode escolher, sendo que apenas a conduta racionalmente determinada é compatível com a liberdade.
Universalismo Ético
Defende a existência de princípios morais válidos para todos, independentemente de cultura ou época. A moralidade deve ser fundamentada na razão, e princípios como a dignidade humana são considerados universais.
Relativismo Ético
Compreende que os princípios morais variam de acordo com a cultura, a sociedade e o contexto histórico. As normas são determinadas por costumes e tradições de cada sociedade, valorizando a diversidade moral.
Termo "Contingente"
É o modo de ser de algo que não é necessário, mas também não é impossível. É a característica de algo que pode ou não ser, sendo possível, mas incerto.
Diferença entre Ética e Moral
Embora frequentemente usados como sinônimos, a "moral" designa o âmbito subjetivo e interno (consciência racional), enquanto a "ética" refere-se à dimensão coletiva e externa da prática social. A ética é o estudo filosófico da moral.
Universalismo segundo Jürgen Habermas
Ele defende o universalismo ético com base na condição de que todos somos humanos e racionais. Propõe que o entendimento mútuo pode ser alcançado por meio da interação linguística (agir comunicativo), buscando consensos orientados pela racionalidade.
Crítica de Michel Foucault ao Universalismo
Foucault rejeita a noção de universalidade em normas éticas, argumentando que todo discurso está imerso em relações de poder. Para ele, a universalização pode desprezar particularidades culturais, históricas e individuais.
Democracia Deliberativa (Habermas)
É um modelo em que a legitimidade das decisões políticas não vem apenas do voto, mas da deliberação pública fundamentada em razões. Requer uma esfera pública onde cidadãos livres e iguais possam dialogar e buscar consensos.
Esfera Pública (Habermas)
É um espaço de comunicação (físico ou não, como mídias e redes sociais) no qual cidadãos livres e iguais debatem questões de interesse comum de forma crítica e racional. É fundamental para a democracia deliberativa.
Agir Estratégico (Habermas)
Tipo de interação humana em que os indivíduos se relacionam de forma instrumental, guiados pelo cálculo de meios e fins, buscando maximizar seus próprios interesses.
Agir Comunicativo (Habermas)
Tipo de interação humana focada na cooperação e na busca por um consenso baseado em razões compartilhadas e aceitáveis por todos. Permite que as pessoas se manifestem, se entendam e se organizem.
Ética do Discurso (Habermas)
Tem como finalidade regular a comunicação de maneira justa e racional. Ela não impõe conteúdos morais, mas estabelece condições ideais de comunicação, como a inclusão de todos os afetados, a ausência de coerção e a igualdade de oportunidades para falar.
Valores da Constituição Brasileira de 1988
O preâmbulo estabelece como valores supremos a liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento, igualdade e justiça, em uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
Legitimação Social dos Valores Democráticos
É a aceitação social de valores como algo válido, justo e correto. Para Habermas, o simples reconhecimento legal desses valores (como na Constituição) não garante sua aceitação social, sendo necessário o engajamento crítico dos cidadãos.